DESCOMPRESSÃO SEGUIDA DE ENUCLEAÇÃO PARA TRATAMENTO DE CERATOCISTO ODONTOGÊNICO NÃO-SINDRÔMICO: RELATO DE CASO

Resumo

O ceratocisto odontogênico (CO) apresenta tratamento que varia de acordo com sua apresentação clínico-imaginológica. O presente trabalho objetiva relatar e discutir o caso de um paciente do sexo masculino, 16 anos de idade, encaminhado a um Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial hospitalar com queixa de que “seus dentes não nasciam”. Exame físico evidenciou discreto abaulamento na região dos dentes 37 e 38 não erupção, sem sinais inflamatórios. Exame tomográfico mandibular do lado esquerdo apresentado pelo paciente evidenciou extensa lesão hipodensa, unilocular, em região posterior ao dente 36. Procedeu-se com biópsia incisional e descompressão da lesão inicial sob anestesia local, tendo sido também solicitada
radiografia panorâmica. Decorridos 15 dias, o paciente retornou com diagnóstico anatomopatológico de CO. Radiografia panorâmica evidenciou dispositivo de descompressão bem posicionado e outra lesão radiolúcida em região posterior mandibular direita. Seguiu-se com biópsia excisional dessa lesão, cujo diagnóstico foi de CO. Não se identificou parâmetros diagnósticos para Síndrome de Gorlin-Goltz. Após 1 de descompressão, observou-se neoformação óssea, o que fomentou a opção por enucleação com ostectomia periférica e aplicação de solução de Carnoy na lesão esquerda. Em um acompanhamento pós-operatório de 8 meses não se observou sinais de recidiva. Portanto, ressalta-se a importância de uma abordagem individualizada em casos de CO.