IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO NEGRA PROVOCADAS PELO RACISMO
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Abstract
INTRODUÇÃO: O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, as raízes amargas desde esse marco até os tempos atuais, geram barreiras e o adoecimento dessa parte da população. Estudiosos associam essa diferença à discriminação racial. Nesse contexto, a pesquisa acerca do tema poderá contribuir para compreensão da interferência do racismo na saúde psíquica dos negros. OBJETIVO: Abordar os impactos na saúde mental da população negra brasileira, provocados pelo racismo. MÉTODOS: O estudo se baseia em uma revisão integrativa da literatura, desenvolvida por meio da busca de bases de dados LILACS, MEDLINE e BDENF via BVS sob a utilização dos seguintes descritores “Saúde mental”, “Negros” e “Racismo”, perante a introdução do aplicador booleano “And”. De modo que, os critérios de inclusão correspondem a: produções científicas nos idiomas português e inglês com recorte temporal de 2012 a 2022 e como critérios de exclusão; trabalhos duplicados nas bases de dados, incompletos e indisponíveis na íntegra. RESULTADOS: Posto isso, 5 trabalhos foram escolhidos como mais favoráveis para a realização do estudo e covalentes ao objetivo exposto. Autores abordaram que a discriminação racial aumenta a probabilidade de a população negra desenvolver problemas mentais em relação a outros povos, a depressão, por exemplo, é tida como o principal distúrbio mental associado ao racismo, porém, esse não é facilmente identificado por profissionais e vítimas como sendo o agente causador/determinante da psicopatologia, dificultando o seu processo terapêutico. Dentre as repercussões psicológicas, o estresse crônico é outra manifestação ocasionada pelas experiências discriminatórias recorrentes. CONCLUSÃO: Contudo, a população negra brasileira acumula vivências estressantes e traumáticas em decorrência do racismo, impactando na sua saúde mental e aumentando a probabilidade destes de desenvolver distúrbios psíquicos em relação a outros grupos de raça/cor.
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