RACISMO AMBIENTAL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO NEGRA
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Abstract
O caráter social da saúde mental se expressa objetivamente na sua distribuição desigual, entre gênero, raça e classe social, na sociedade. Nesta perspectiva o presente ensaio objetiva relacionar o racismo ambiental com a teoria como determinação social de saúde e como se expressa nas iniquidades de gênero e raça incidindo no sofrimento psíquico, ou seja, nos casos de transtornos mentais comuns como depressão e ansiedade, em grupos sociais historicamente invisibilizados, negligenciados e
marginalizados pelo Estado e pelo sistema econômico capitalista. Com o desígnio de fazer uma provocação que possibilite a reflexão crítica a respeito dos determinantes sociais de saúde, que atualmente utilizados para a formulação de políticas públicas de saúde, com foco na saúde mental da população desprivilegiada. Trata-se uma análise documental em bases de dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Índice de Vulnerabilidade Social (IPEA-IVS, 2019); Atlas Brasil DATASUS Atlas de Vulnerabilidade Social: primeiros resultados do Índice de Vulnerabilidade Social (IPEA); Faces da Desigualdade no Brasil: Um olhar sobre os que ficam para trás (CLASCO e FLASCO) e do relatório A Distância que nos une:
Um Retrato das Desigualdades no Brasil (OXAFAM). Para alcançar tal objetivo foi necessário percorrer um solo de discussões sobre o modo como está configurado estas categorias, considerando os mecanismos que tornam possíveis esta aproximação. Portanto neste ensaio, interessa mais compreender a relação de cor/raça, gênero, classe, violência e o fenômeno do racismo ambiental de grupos historicamente subalternizados como uma das faces das desigualdades, especialmente, no
papel destas variáveis na produção e reprodução de saúde mental.
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