AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR MUSCARÍNICO M1 NA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DA EPIISOPILOTURINA
Main Article Content
Abstract
INTRODUÇÃO: As Doenças Inflamatórias Intestinais são um grupo de distúrbios inflamatórios crônicos que acometem o trato gastrointestinal. Neste grupo insere-se a Retocolite Ulcerativa, caracterizada pela inflamação da mucosa do cólon e reto. Suas abordagens terapêuticas objetivam reduzir danos ocasionados pelo processo inflamatório e seus sintomas, entretanto, essas terapêuticas possuem diversos efeitos adversos sendo necessário buscar medicamentos com menos efeitos secundários. A espécie Pilocarpus microphyllus do Jaborandi, é uma planta que possui diversos alcaloides com propriedades farmacológicas, entre elas a pilocarpina, um alcaloide colinérgico. Entre os resíduos industriais gerados pela sua produção encontra-se a epiisopiloturina (EPI), um alcaloide imidazólico com propriedades antiparasitárias e anti-inflamatórias. O receptor muscarínico M1 possui ação anti-inflamatória intestinal quando estimulado, e assim levantou-se a hipótese que a epiisopiloturina, estruturalmente semelhante ao agonista muscarínico pilocarpina, tenha seu mecanismo de ação por essa via. OBJETIVO: Avaliar a participação do receptor muscarínico M1 na atividade anti-inflamatória da epiisopiloturina através de parâmetros inflamatórios morfológicos. MÉTODOS: Para a avaliação da atividade anti-inflamatória da EPI, os animais receberam a substância nas doses 0,01, 0,1 e 1,0 (mg/kg, i.p.), 17 horas após a indução da retocolite ulcerativa. A avaliação do receptor muscarínico M1 na reposta anti-inflamatória da EPI foi testada pelo bloqueio da ação de epiisopiloturina com o antagonista seletivo pirenzepina (10 mg/kg, i.p.). Foram utilizados parâmetros morfológicos (peso úmido, escores macroscópicos e microscópicos de lesão) na avaliação da atividade anti-inflamatória. RESULTADOS: A EPI na dose 0,1 mg/kg foi capaz de reverter os parâmetros morfológicos de inflamação, diminuindo o peso úmido e as lesões macro e micro do tecido. Os animais que receberam epiisopiloturina juntamente com o antagonista pirenzepina apresentaram possível bloqueio dos efeitos anti-inflamatórios. CONCLUSÃO: Infere-se que a ação anti-inflamatória da epiisopiloturina se dá possivelmente pelo receptor muscarínico M1, pois, após o bloqueio deste receptor, a epiisopiloturina teve seu efeito anti-inflamatório bloqueado.
Article Details

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
References
APPLEYARD, C. B.; WALLACE, J. L. Reactivation of hapten-induced colitis and its prevention by anti-inflammatory drugs. American Journal of Physiology, v. 269, p. 119-25, 1995.
GUAZELLI, C. F. S.; FATTORI, V.; COLOMBO, B. B; GEORGETTI, S. R. Quercetin Loaded Microcapsules Ameliorate Experimental Colitis in Mice by Anti-inflammatory and Antioxidant Mechanisms. Journal of Natural Products, v. 76, p. 200−208, 2013.
MAGALHÃES, D. A. et al. McN-A-343, a muscarinic agonist, reduces inflammation and oxidative stress in an experimental model of ulcerative colitis. Life Sciences, v. 272, p. 119194, 2021.
MOLODECKY, N. A. et al. Increasing incidence and prevalence of the inflammatory bowel
diseases with time, based on systematic review. Gastroenterology, v. 142, n. 1, p. 46-54, 2012.
MORRIS, G. P.; BECK P. L.; HERRIDGE M. S.; DEPEW W. T.; SZEWCZUK M. R.; WALLACE J. L. Hapten-induced model of chronic inflammation and ulceration in the rat colon. Gastroenterology. v. 96, p. 795-803, 1989.
SILVA, M. M. et al. O USO CRÔNICO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃOESTEROIDAIS E SEUS EFEITOS ADVERSOS. Cadernos da Medicina - UNIFESO, v. 2, n. 2, 2019.
VERAS. L. M. C. et al. Industrial Scale Isolation, Structural and Spectroscopic Characterization of Epiisopiloturine from Pilocarpus microphyllus Stapf Leaves: A Promising Alkaloid against Schistosomiasis. PLoS ONE, v. 8, n. 6, p. 1-11, jun. 2013.