AVALIAÇÃO DO RISCO DE DISBIOSE INTESTINAL EM MULHERES COM SOBREPESO E/OU OBESIDADE
Main Article Content
Abstract
INTRODUÇÃO: Os fatores causais que conduzem à obesidade não são completamente compreendidos, como tal, estudos sugeriram que a microbiota intestinal (MI) deve ser levada em consideração no desenvolvimento da obesidade. A disbiose intestinal é caracterizada como um desequilíbrio da MI, e correlaciona-se com a nutrição do indivíduo. OBJETIVO: Avaliar o risco de disbiose intestinal em mulheres com sobrepeso e/ou obesidade. MÉTODOS: Foram incluídas na pesquisa mulheres com idade superior a 18 anos e inferior a 60, que utilizavam o serviço de atenção básica do município de Picos Piauí, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 24,9 kg/m². Foi aplicado o questionário de rastreamento metabólico validado pela FQM Farmanutrição®, com a finalidade de avaliar o risco de disbiose intestinal. Foram calculados as médias e desvios-padrão (DP), bem como alguns dados foram expostos na forma de porcentagem. RESULTADOS: A amostra do presente estudo incluiu 62 indivíduos, todos do sexo feminino com média de idade de 39,7 anos, média de peso corporal de 82,37kg (DP 13,59), a altura de 1,56 (DP 0,06), tais resultados refletiram diretamente nos valores de IMC que ficou em uma média de 33,72 (DP 4,72), caracterizando a maioria da amostra do estudo na classificação de obesidade grau I. Após aplicação do questionário de avaliação de risco da disbiose intestinal, 87,1% da amostra está em médio risco, e 12,9% em baixo risco. Além disso, a maioria das mulheres participantes do estudo nasceram de parto normal, foram amamentadas por 6 meses ou mais, não usaram antibióticos nos últimos 3 meses e não apresentaram quadro de diarreia ou constipação. CONCLUSÃO: O presente estudo concluiu que as mulheres pesquisadas eram obesas e estavam em risco de desenvolverem disbiose intestinal. É imprescindível no tratamento da obesidade o cuidado nos fatores que envolvem o estilo de vida, bem como na alimentação.
Article Details

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
References
ALMEIDA, L. B. et al. Disbiose intestinal. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 24, n. 1, p: 58-65, 2009.
CHONG, C. Y. L.; BLOOMFIELD, F. H.; O’SULLIVAN, J. M. Factors affecting gastrointestinal microbiome development in neonates. Nutrients, v. 10, n. 3, 274, 2018.
CLARKE, G. et al. Minireview: gut microbiota: the neglected endocrine organ. Molecular Endocrinology, v. 28, n. 8, p. 1221-1238, 2014.
CLAVEL, T. et al. Intestinal microbiota in metabolic diseases: from bacterial community structure and functions to species of pathophysiological relevance. Gut Microbes, v. 5, n. 4, p. 544-551, 2014.
EDWARDS, C. A. Determinants and duration of impact of early gut bacterial colonization. Annals of Nutrition and Metabolism, v. 70, n. 3, p. 246-250, 2017.
FALEIROS, F. T. V. et al. Prevalência de sobrepeso/obesidade em crianças e adolescentes com constipação crônica funcional. Revista Paulista de Pediatria, v. 26, n. 4, p: 357-60, 2008.
GÉRARD, P. Gut microbiota and obesity. Cellular and Molecular Life Sciences, v. 73, n. 1, p. 147-162, 2016.
GREGORY, K. E. et al. Influence of maternal breast milk ingestion on acquisition of the intestinal microbiome in preterm infants. Microbiome, v. 4, n. 1, p. 1-15, 2016.
GRITZ, E. C.; BHANDARI, V. The human neonatal gut microbiome: a brief review. Frontiers in pediatrics, v. 3, n. 17, 2015.
KERCHER, K. K. O.; GARCIA, M. C. R.. Correlação da disbiose intestinal e obesidade: uma revisão bibliográfica. Salão do Conhecimento: Ciência alimentando o Brasil. Unijuí Universidade Regional. Rio Grande do Sul, 2016.
KNIGHTS, D.; LASSEN, K. G.; XAVIER, R. J. Advances in inflammatory bowel disease pathogenesis: linking host genetics and the microbiome. Gut, v. 62, n. 10, p. 1505-1510, 2013.
LISOWSKI, J. F. et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em mulheres de São Leopoldo, Rio Grande do Sul: um estudo de base populacional. Cadernos Saúde Coletiva, v. 27, p. 380-389, 2019.
MANZONI, M. S. J.; CAVALLINI, D. C. U.; ROSSI, E. A. Efeitos do consumo de probióticos nos lípides sangüíneos. Alimentos e Nutrição, v. 19, n. 3, p. 351-360, 2009.
MUNYAKA, P. M.; KHAFIPOUR, E.; GHIA, J. E. External influence of early childhood establishment of gut microbiota and subsequent health implications. Frontiers in pediatrics, v. 2, n. 109, 2014.
PEREIRA, V. P. et al. Percepção das mães sobre a importância das práticas alimentares no tratamento da constipação crônica funcional. Revista Paulista de Pediatria, v. 27, p: 33-39, 2009.
TAVARES, W. Manual de antibióticos e quimioterápicos anti-infecciosos. In: Manual de Antibióticos e quimioterápicos Anti-infecciosos p. 792-792, 2002.