USO DO PLASMA ATMOSFÉRICO A FRIO NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS FELINO EM ESTÁGIO AVANÇADO
Conteúdo do artigo principal
Resumo
INTRODUÇÃO: O plasma atmosférico frio (CAP) vem emergindo como tratamento promissor para o tratamento de lesões cutâneas, possuindo capacidade antimicrobiana e antinflamatória. Recentemente vem sendo utilizado no tratamento de neoplasias, promovendo a morte seletiva de células cancerígenas por meio da produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ERON). Dentre os cânceres de pele não melanoma, o carcinoma de células escamosas (CCE) é o segundo mais prevalente, especialmente no nordeste do Brasil, onde há alta incidência solar. Os gatos são excelentes modelos para estudos de CCE, pois também frequentemente desenvolvem esse tipo de neoplasia, que possui comportamento semelhante. OBJETIVO: Dessa forma, objetivou-se avaliar o efeito do CAP sobre lesões de CCE em gato atendido no Hospital Veterinário Jerônimo Dix-Huit Rosado Maia – HOVET/UFERSA. MÉTODOS: Um felino, macho, adulto, com quatro lesões faciais (plano nasal, ponta da orelha, lábio inferior e canto medial do olho) foi submetido a dois ciclos de tratamento com CAP. Cada ciclo consistiu na administração do plasma por três vezes dentro de uma semana, seguido por uma semana sem exposição. O paciente foi acompanhado para avaliação da resposta ao tratamento e efeitos adversos. RESULTADOS: Com dois ciclos de tratamento foi possível observar resposta completa para as formações menores (canto medial do olho e ponta da orelha). O tumor em plano nasal apresentou resposta parcial e o CCE labial permaneceu estável. Os efeitos adversos foram leves, autolimitantes e incluíram eritema e formação de crostas. CONCLUSÃO: O CAP demonstrou-se eficaz para o tratamento do CCE cutâneo felino, principalmente em lesões superficiais. Para formações mais proliferativas, como em lábio inferior, podem ser necessárias estratégias multimodais de tratamento, a fim de permitir uma maior penetrabilidade das ERON.
Detalhes do artigo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Referências
CORRÊA, J. M. X. et al. O Diagnóstico preciso muda o prognóstico do paciente felino com carcinoma de células escamosas? Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação; v. 15, n. 46, p. 54-60, 2017.
DAI, X. et al. Cold Atmospheric Plasma: A Promising Controller of Cancer Cell States. Cancers. v. 12, n.11, p. 3360, 2020.
DAI, X. et al. The emerging role of gas plasma in oncotherapy. Trends in biotechnology, v. 36, n. 11, p. 1183-1198, 2018.
GAY-MIMBRERA, J. et al. Clinical and Biological Principles of Cold Atmospheric Plasma Appli-cation in Skin Cancer. Adv Ther, v. 33, n. 6, p. 894-909, 2016.
GUERRERO-PRESTON, R. et al. Cold atmospheric plasma treatment selectively targets head and neck squamous cell carcinoma cells. International Journal Of Molecular Medicine, v. 34, n. 4, p. 941-946, 2014.
KEIDAR, M. et. al. Cold plasma selectivity and the possibility of a paradigm shift in cancer therapy. Br. J. Cancer. v. 105, p. 1295– 1301, 2011.
LeBLANC, et al. Veterinary Cooperative Oncology Group—Common Terminology Criteria for Ad-verse Events (VCOG‐CTCAE v2) Following Investigational Therapy in Dogs and Cats. Vet Comp Oncol. v. 19, n. 2, p. 311–352, 2021.
LEE, J. et al. J. Anticancer Effects of Cold Atmospheric Plasma in Canine Osteosarcoma Cells. In-ternational Journal of Molecular Sciences. v. 21, p. 4556, 2020.
METELMANN, HR. et al. Clinical Experience with Cold Plasma in the Treatment of Locally Ad-vanced Head and Neck Cancer. Clinical Plasma Medicine. v. 9, p. 6–13, 2018.
METELMANN, HR. et al. Head and Neck Cancer Treatment and Physical Plasma. Clinical Plasma Medicine. v. 3, n. 1, p. 17–23, 2015.
MURPHY, S. Cutaneous Squamous Cell Carcinoma in the Cat: Current understanding and treatment approaches. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 15, n. 5, p. 401-407, 2013.
NGUYEM, et al. Response Evaluation Criteria for Solid Tumours in Dogs (v1.0): A Veterinary Co-operative Oncology Group (VCOG) Consensus Document: RECIST (v1.0): A VCOG Consensus Document. Vet Comp Oncol. v. 13, p. 176–183, 2015.
PASQUAL-MELO, G. et al. Plasma treatment limits cutaneous squamous cell carcinoma develop-ment in vitro and in vivo. Cancers, v. 12, n. 7, 2020.
ROSOLEM, M. C. et. al. Carcinoma de células escamosas em cães e gatos - Revisão de literatura. PUBVET, v. 6, n. 6, ed. 193, Art. 1299, 2012.
SAADATI, F. et al. Comparison of Direct and Indirect cold atmospheric-pressure plasma methods in the B16F10 melanoma cancer cells treatment. Sci Rep, v. 8, n. 1, p. 7689, 2018.
SEMMLER, M. L. et al. Molecular Mechanisms of the Efficacy of Cold Atmospheric Pressure Plasma (CAP) in Cancer Treatment. Cancers, v. 12, n. 2, p. 269-287, 2020.
TANDON, P. et al. The prevalence of squamous cell carcinoma in different sites of oral cavity at our Rural Health Care Centre in Loni, Maharashtra – a retrospective 10-year study. Contemp Oncol (Pozn) v. 21, n. 2, p. 178-183, 2017.