Manejo de Fratura de Mandíbula por Trauma de Arma de Fogo em Paciente Jovem com Uso de Fixador Externo: Relato de Caso
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Resumo
O manejo de traumas por arma de fogo em face representa um desafio significativamente complexo, devido a necessidade de intervenções cirúrgicas cuidadosas. Este estudo visa relatar a eficácia do uso de fixadores externos no tratamento de fraturas mandibulares cominutivas decorrentes de traumas por armas de fogo em um paciente de 16 anos, que compareceu a um serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo Facial, apresentando edema, desoclusão, mobilidade mandibular, dor espontânea, laceração em mucosa oral, apresentando parestesia em região mandibular, com múltiplos ferimentos de entrada e saída de projéteis em face. A tomografia de face evidenciou fratura seio frontal, corpo mandibular cominuido, arco zigomático esquerdo e zigoma direito, além de fragmentos compatíveís com projétil de arma de fogo (PAF) adjacentes a mandíbula direita e esquerda, em região de glabela e em partes moles na face a esquerda. Visto queixas clínicas do paciente, a conduta proposta para tratamento identifica-se pela remoção cirúrgica do PAF, sob anestesia geral e utilização de fixador externo para estabilização da fratura mandibular. O paciente evoluiu sem complicações ou queixas clínicas, permanecendo em acompanhamento durante 6 meses, evidenciando consolidação óssea, oclusão satisfatória e sem sinais clínico e imaginológicos de infecção. Conclui-se que a utilização de fixadores externos em fraturas mandibulares cominutivas é uma abordagem eficaz, com boa recuperação, preserva quesitos estéticos e funcionais e minimiza o risco de infecções e outras complicações.
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