COMPARAÇÃO ENTRE O EFEITO DO PLASMA TÉRMICO E NÃO TÉRMICO NA PREVENÇÃO DE CONTAMINAÇÃO BACTERIANA EM SUPERFÍCIES DE TITÂNIO PARA APLICAÇÕES BIOMÉDICAS
Main Article Content
Abstract
INTRODUÇÃO: Uma das limitações ao sucesso dos implantes é a contaminação com adesão de bactérias nas superfícies e formação dos biofilmes. Deste modo, é necessário o desenvolvimento de técnicas para inibir o crescimento das colônias, visando a redução de custos e a diminuição dos riscos para o paciente. O plasma consiste num gás ionizado, formado por espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, que quando aplicado a implantes é capaz de melhorar a biocompatibilidade de suas superfícies. OBJETIVO: Comparar o efeito do plasma atmosférico a frio (CAP) e de uma modalidade de plasma térmico de baixa pressão, a nitretação, na prevenção de contaminação bacteriana. MÉTODOS: Foram utilizados três tipos de superfícies de discos de Ti: polida (grupo controle), nitretada e tratada por CAP. Primeiramente, os discos foram lixados de maneira gradual, polidos e limpos por tratamento de ultrassom. Uma parte dos discos foi destinada a realizar o tratamento a CAP, em outra foi realizado o tratamento por nitretação. O CAP foi obtido nas seguintes condições: a aplicação durou 15 minutos com uma distância de 20 ± 1 mm entre a amostra e o aparelho com tensão de 15Kv, frequência de 600Hz e 1 L/min de hélio sobre as amostras. A nitretação foi realizada a uma temperatura de 450°C durante 1h com pressão de 1 mbar em atmosfera nitretante (36N2 e 24H2). As cepas de Pseudomonas aeruginosas foram cultivadas aerobiamente a 37 °C com meio Brain Heart Infusion Broth (BHI) durante 24 horas para formação das colônias. Para avaliar a adesão das bactérias foram incubadas alíquotas de 1mL de suspensão bacteriana sobre os três tipos de superfície por quatro horas. Após esse tempo de incubação, as amostras foram submetidas ao processamento e análise de microscópio eletrônico de varredura. RESULTADOS: As amostras tratadas por CAP apresentaram a menor taxa de unidades formadoras de colônia (UFC), predominando bactérias isoladas, ausência da formação de biofilme e poucos detritos celulares. CONCLUSÃO: As superfícies tratadas por CAP apresentaram maior capacidade de prevenção da adesão e proliferação bacteriana, quando comparadas com as superfícies nitretadas. Essa capacidade aliada às vantagens do método, como fácil manuseio e menor custo, tornam uma promissora ferramenta para tratamento de implantes biomédicos.
Article Details

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
References
ALVES JUNIOR, C. Plasma frio atmosférico – novas oportunidades de pesquisa numa plataforma versátil e portadora de futuro. Matéria (Rio de Janeiro), v. 25, n. 4, 2020.
ARCIOLA, C. R.; CAMPOCCIA, D.; MONTANARO, L. Implant infections: adhesion, biofilm formation and immune evasion. Nature reviews. Microbiology, v. 16, n. 7, p. 397–409, 2018.
CASSINI, A. et al. Attributable deaths and disability-adjusted life-years caused by infections with antibiotic-resistant bacteria in the EU and the European Economic Area in 2015: a population-level modelling analysis. The Lancet infectious diseases, v. 19, n. 1, p. 56–66, 2019.
DE MEDEIROS AIRES, M. et al. Minimizing Pseudomonas aeruginosa adhesion to titanium surfaces by a plasma nitriding process. AIMS biophysics, v. 4, n. 1, p. 19–32, 2016.
FLYNN, P. B.; GILMORE, B. F. Understanding plasma biofilm interactions for controlling infection and virulence. Journal of physics D: Applied physics, v. 51, n. 26, p. 263001, 2018.
HILTUNEN, T.; VIRTA, M.; LAINE, A.-L. Antibiotic resistance in the wild: an eco-evolutionary perspective. Philosophical transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological sciences, v. 372, n. 1712, 2017.
HOJNIK, N. et al. Mycotoxin decontamination efficacy of Atmospheric pressure air Plasma. Toxins, v. 11, n. 4, p. 219, 2019.
INOUE-SAKAMOTO, K. et al. Characterization of extracellular matrix components from the desiccation-tolerant cyanobacterium Nostoc commune. The Journal of general and applied microbiology, v. 64, n. 1, p. 15–25, 2018.
JEONG, W.-S. et al. Bacterial attachment on titanium surfaces is dependent on topography and chemical changes induced by nonthermal atmospheric pressure plasma. Biomedical materials (Bristol, England), v. 12, n. 4, p. 045015, 2017.
KOO, H. et al. Targeting microbial biofilms: current and prospective therapeutic strategies. Nature reviews. Microbiology, v. 15, n. 12, p. 740–755, 2017.
MATOS, A. O. et al. Three-species biofilm model onto plasma-treated titanium implant surface. Colloids and surfaces. B, Biointerfaces, v. 152, p. 354–366, 2017.
O’CONNOR, J. R. et al. Surface sensing and lateral subcellular localization of WspA, the receptor in a chemosensory-like system leading to c-di-GMP production: WspA functional domains. Molecular microbiology, v. 86, n. 3, p. 720–729, 2012.
SÁNCHEZ-BODÓN, J. et al. Bioactive coatings on titanium: A review on hydroxylation, self-assembled monolayers (SAMs) and surface modification strategies. Polymers, v. 14, n. 1, p. 165, 2021.
SOCHOCKA, M.; BORATYŃSKI, J. Osmoregulacja - ważny parametr rozwoju bakterii. Postępy Higieny i Medycyny Doświadczalnej, v. 65, p. 714–724, 2011.
SUCIU, V. et al. Structural, mechanical, and decorative properties of sputtered TiN and Ti (N, C) films for orthodontic applications; An in vitro study. Materials, v. 14, n. 18, p. 5175, 2021.
WANG, Z. et al. Hierarchically hybrid biocoatings on Ti implants for enhanced antibacterial activity and osteogenesis. Colloids and surfaces. B, Biointerfaces, v. 204, n. 111802, p. 111802, 2021.
WIJESINGHE, G. et al. Influence of Laboratory Culture Media on in vitro Growth, Adhesion, and Biofilm Formation of Pseudomonas aeruginosa and Staphylococcus aureus. Medical principles and practice: international journal of the Kuwait University, Health Science Centre, v. 28, n. 1, p. 28–35, 2019.
WOJTAS, D. et al. Texture-governed cell response to severely deformed titanium. ACS biomaterials science & engineering, v. 7, n. 1, p. 114–121, 2021.
YADAV, L. et al. Antibacterial Activity of Cu Nanoparticles against E. coli, Staphylococcus aureus and Pseudomonas aeruginosa. Nano biomedicine and engineering, v. 9, n. 1, 2017.