REPERCUSSÕES DA UTILIZAÇÃO EXCESSIVA DAS TELAS NO NEURODESENVOLVIMENTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA
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Abstract
INTRODUÇÃO: O neurodesenvolvimento consiste em transformações complexas e são importantes no desenvolvimento de habilidades pessoais importantes, como a linguagem e a socialização. O uso excessivo e precoce das telas impactam negativamente nesse processo. OBJETIVO: Analisar as repercussões da utilização progressiva de dispositivos eletrônicos no
cotidiano infantil. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura disponível na base de dados virtuais com artigos de revisão e estudos clínicos com critérios de inclusão para trabalhos com abordagem sistemática do tema em questão. RESULTADOS: O aumento do uso de telas tem sido associado a um funcionamento familiar mais precário e pior bem-estar parental, em que o uso desses aparelhos desloca a atenção da criança e promove melhor estado comportamental.
Além disso, há uma redução da interação entre pais e filhos, com diminuição da quantidade e da qualidade da linguagem. Outrossim, tais dispositivos no quarto estão associados a interrupção qualitativa do sono, dado a provocar inibição da melatonina, aumento da fadiga e da insônia. Ademais, crianças com TEA e TDAH tendem a ser expostas às mídias móveis em idade mais precoce e por maior período de tempo, de modo a torná-las mais vulneráveis aos efeitos negativos
sobre a linguagem, cognição e afetividade. Também evidenciou-se o impacto das telas no atraso de linguagem expressiva devido à menor exposição à estimulação verbal e à interação lúdica com os cuidadores. CONCLUSÃO: Os dispositivos móveis de maneira expressiva e precoce em crianças são potenciais causadores de disfunções no neurodesenvolvimento adequado. Dessa forma,
constata-se a necessidade de fornecer maior orientação aos pais com intuito de minimizar os riscos decorrentes de tais dispositivos.
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