AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR MUSCARÍNICO M1 NA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DA EPIISOPILOTURINA

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Danyela Maria Leal Rocha
Ana Clara Coelho da Costa
Fernando Mesquita de Sousa de Lima
Tino Marcos Lino da Silva
Rafael da Silva Prudêncio
Viviane Pinheiro Alves de Almeida

Abstract

INTRODUÇÃO: As Doenças Inflamatórias Intestinais são um grupo de distúrbios inflamatórios crônicos que acometem o trato gastrointestinal. Neste grupo insere-se a Retocolite Ulcerativa, caracterizada pela inflamação da mucosa do cólon e reto. Suas abordagens terapêuticas objetivam reduzir danos ocasionados pelo processo inflamatório e seus sintomas, entretanto, essas terapêuticas possuem diversos efeitos adversos sendo necessário buscar medicamentos com menos efeitos secundários. A espécie Pilocarpus microphyllus do Jaborandi, é uma planta que possui diversos alcaloides com propriedades farmacológicas, entre elas a pilocarpina, um alcaloide colinérgico. Entre os resíduos industriais gerados pela sua produção encontra-se a epiisopiloturina (EPI), um alcaloide imidazólico com propriedades antiparasitárias e anti-inflamatórias. O receptor muscarínico M1 possui ação anti-inflamatória intestinal quando estimulado, e assim levantou-se a hipótese que a epiisopiloturina, estruturalmente semelhante ao agonista muscarínico pilocarpina, tenha seu mecanismo de ação por essa via. OBJETIVO: Avaliar a participação do receptor muscarínico M1 na atividade anti-inflamatória da epiisopiloturina através de parâmetros inflamatórios morfológicos. MÉTODOS: Para a avaliação da atividade anti-inflamatória da EPI, os animais receberam a substância nas doses 0,01, 0,1 e 1,0 (mg/kg, i.p.), 17 horas após a indução da retocolite ulcerativa. A avaliação do receptor muscarínico M1 na reposta anti-inflamatória da EPI foi testada pelo bloqueio da ação de epiisopiloturina com o antagonista seletivo pirenzepina (10 mg/kg, i.p.). Foram utilizados parâmetros morfológicos (peso úmido, escores macroscópicos e microscópicos de lesão) na avaliação da atividade anti-inflamatória. RESULTADOS: A EPI na dose 0,1 mg/kg foi capaz de reverter os parâmetros morfológicos de inflamação, diminuindo o peso úmido e as lesões macro e micro do tecido. Os animais que receberam epiisopiloturina juntamente com o antagonista pirenzepina apresentaram possível bloqueio dos efeitos anti-inflamatórios. CONCLUSÃO: Infere-se que a ação anti-inflamatória da epiisopiloturina se dá possivelmente pelo receptor muscarínico M1, pois, após o bloqueio deste receptor, a epiisopiloturina teve seu efeito anti-inflamatório bloqueado.

Article Details

How to Cite
Rocha, D. M. L., da Costa, A. C. C., de Lima, F. M. de S., da Silva, T. M. L., Prudêncio, R. da S., & de Almeida, V. P. A. (2022). AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR MUSCARÍNICO M1 NA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DA EPIISOPILOTURINA. Brazilian Journal of Case Reports, 2(Suppl.3), 165–170. https://doi.org/10.52600/2763-583X.bjcr.2022.2.Suppl.3.165-170
Section
Comunicação Oral
Author Biographies

Danyela Maria Leal Rocha, Graduanda em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPAR

Graduanda em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPAR

Ana Clara Coelho da Costa, Graduanda (o) em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPAR

Graduanda (o) em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPAR

Fernando Mesquita de Sousa de Lima, Graduanda (o) em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPAR

Graduanda (o) em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPAR

Tino Marcos Lino da Silva, Graduanda (o) em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPAR

Graduanda (o) em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPAR

Rafael da Silva Prudêncio, Mestrando em Biotecnologia pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia – PPG-BIOTEC

Mestrando em Biotecnologia pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia – PPG-BIOTEC

Viviane Pinheiro Alves de Almeida, Doutoranda em Biotecnologia pela Rede Nordeste de Biotecnologia – RENORBIO

Doutoranda em Biotecnologia pela Rede Nordeste de Biotecnologia – RENORBIO

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